domingo, 28 de fevereiro de 2010

Video: Slavoj Zizek - "Living in the end times"



Partes: 6
Ano: 2009
Audio: Vários
Legendas: Sim (em outra lingua, alguém conhece?)

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Novos livros de Zizek previstos para serem lançados no Brasil

Segundo o Blog da Boitempo Editorial, estão previstos para 2010, o lançamento de mais dois títulos de Zizek em português: "Did somebody Say Totalitarianism?" (London, Verso: 2001) e "In defense of lost causes" (New York, Verso: 2007). 







Os títulos em português permanecem muito semelhantes: "Alguém disse totalitarismo?" e "Em defesa das causas perdidas". Ainda não foi divulgada uma data prevista para o lançamento. A Boitempo Editorial publicou quatro livros de Zizek no Brasil: "Bem-vindo ao deserto do Real!" (2003), "Às portas da revolução" (2005), "A visão em paralaxe" (2008) e "Lacrimae Rerum" (2009).

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O Pensamento de Zizek


POR LUIZ ANTÔNIO ARAUJO
Editor de Cultura
Entre todos os sistemas de pensamento que procuraram explorar os múltiplos pontos de contato entre a moderna filosofia alemã e a psicanálise, nenhum foi mais ousado do que o do francêsJacques Lacan e seus discípulos. Os fatos da vida e o percurso intelectual do analista da Rue de Lille fizeram com que seu interesse pela obra de Sigmund Freud corresse paralelamente a uma curiosidade filosófica incomum, que o levou a conviver com especialistas como Alexandre Kojève e Alexandre Koyré. Lacan intuiu que os legados de Hegel e de Freud se voltavam para questões chave do conhecimento, como os papéis do sujeito e da consciência. Nisso não fez mais do que se conduzir como um homem de seu tempo. Amigo de Lacan, o antropólogoClaude Lévi-Strauss diria em sua mais famosa entrevista que, da filosofia alemã, retivera a noção de consciência humana tendia a “mentir para si mesma”. Trata-se de uma concepção que remonta a Hegel, passa por Marx e ecoa no pensamento pós-moderno, e à qual Lacandificilmente recusaria apoio.
O século 20 preparou numerosas armadilhas para o pensamento de Hegel e seus herdeiros e tampouco foi clemente com as conclusões de Freud. É significativo que a Europa Central, campo de provas da psicanálise e de distintas correntes do marxismo - do austromarxismo a Tito -, tenha explodido no início dos anos 1990 na guerra civil iugoslava. Mas foi justamente dessa região que emergiu um pensador dedicado a revisitar o pensamento de Hegel e de Freud pelo viés lacaniano. O empreendimento de Slavoj Zizek, psicanalista formado em Paris com o genro de Lacan e professor visitante de universidades dos dois lados do Atlântico, não se volta preferencialmente para a ação política ou para a prática clínica. É na crítica cultural que Zizek se exercita com maestria, por meio de um diálogo vigoroso com a literatura, o teatro, o cinema e a comunicação de massa. Como outros intelectuais do outro lado da antiga Cortina de Ferro, ele não se furta a intervir nos grandes debates públicos, às vezes como protagonista - chegou a ser candidato à presidência da Eslovênia logo depois que o país se separou da Iugoslávia. E volta sua erudição para a análise de fenômenos tão díspares como o 11 de Setembro, os reflexos da queda do Muro de Berlim, a emergência da China como potência mundial e os reality shows da TV.
Zizek já esteve no Brasil, e entre seus livros publicados em português estão Bem-Vindo ao Deserto do Real (Boitempo, 2003), As Portas da Revolução (Boitempo, 2005) e Mao - Sobre a Prática e a Contradição (Jorge Zahar, 2008). 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Festim diabólico: um Witz para o professor

Slavoj Žižek

Tradução: Rodrigo Nunes Lopes Pereira

Os americanos, como os europeus, criticaram muito o filme, mas foi sem dúvida André Bazin quem sublinhou com mais clareza a resistência. Por que recorrer à “montage interdit”[1] quando o conjunto do filme, com o movimento incessante da câmera, não passa de um conjunto de enquadramentos e reenquadramentos resultando em uma decupagem completamente clássica?
A observação é, sem dúvida, pertinente, pois Hitchcock mesmo disse não ter tido a menor intenção de se opor à decupagem clássica. Ele se interessa, sobretudo, pelo plano longo e infinitamente prolongado, este que procura enquadrar e conter o conjunto das relações que decorrem do ato do assassino. Um único plano, enquanto princípio formal, da mesma forma resolve os problemas do “conteúdo” do filme, a questão central do suspense. Se essa questão, em Hitchcock, resulta em geral da irrupção, no centro de uma situação originalmente natural, normal e familiar de um elemento estrangeiro, perverso,unheimlich que a subverte, em Festim diabólico o movimento é inverso: vê-se de início o crime, e é em torno do cadáver escondido no baú que se liga em seguida uma situação familiar e banal (um coquetel no decorrer do qual os assassinos recebem as pessoas próximas da vítima). Aqui, o suspense provém da justaposição do natural e do antinatural em um único e mesmo quadro. Tudo está fechado em um plano longo quase sem fora de cena. Como em um Witz, ou, de maneira menos perversa, como em uma cena do Marquês de Sade.
Se não se trata aqui evidentemente nem de um ato de fala nem de uma imagem obscena mostrando um corpo de mulher nu, mas de um crime que gera um cadáver, um corpo masculino estrangulado, esse ato contem, todavia, uma dimensão simbólica. Por que, efetivamente, Brandon e Philip assassinam seu amigo David? Para eles este gesto não é nem mais nem menos que uma brincadeira, ou, antes, eles matam para um outro, para o professor Rupert, ou seja, para um terceiro que será, assim, marcado pela culpa, contrairá uma dívida sem saber – ou sem querer saber. Neste contexto, o assassinato funciona como uma troca simbólica, e o tema hitchcockiano da “culpa delegada” se encontra em sua forma mais pura. Este terceiro figura igualmente no Witz: ele encarna então o Outro da lei ou o Outro da respeitabilidade. Mas a cena se parece ainda mais com uma cena sadiana. Descobrimos, de fato, no decorrer da noite que a situação não é penosa somente para os parentes da vítima, mas igualmente para um dos assassinos. Esse mal-estar que transparece na conduta de Philip inclina a pensar que o ato cometido foi menos um prazer do que o cumprimento de um dever, não feito para sua própria diversão, mas para o gozo do Outro. Assim, no ato dos dois amigos, o professor tocou em sua verdade, da mesma forma que Sade em relação a Kant.
O elemento perturbador, perverso, unheimlich, que vem desorganizar o ordenamento perfeito de uma situação, serve muito frequentemente à construção dos filmes de Hitchcock, mas há um certo número de variações. Com efeito, com exceção de Festim diabólico, onde a mancha, ou o assassinato, vem antes da situação quotidiana e feliz que se constrói em torno, pode-se localizar quatro outras. 
A primeira encontra-se em O homem que sabia demais onde o herói dirige-se para o atelier do taxidermista Ambrose Chappell, que ele suspeita sem razão ter sequestrado seu filho. Uma atmosfera tensa e angustiante envolve a rua deserta, um espectador vê a cena com olhar de suspeita: tudo concorre para fazer crer no desastre iminente, na ruptura, e no entanto nada acontece. O herói se enganou, não há nada mais para se compreender do que o que se dá objetivamente a ver na situação: Ambrose Chappell é um empalhador comum, e o olhar de soslaio do pedestre sublinha o efeito procurado. Ele se dirige de fato para o próprio herói que, por seu comportamento fora do comum, introduz esse elemento perturbador em um cenário perfeitamente trivial. É a mancha aquela que “sabe demais”.
Em O terceiro tiro, o elemento inesperado, o cadáver de Harry, surge em uma cidadezinha de Nova Orleans, em um belo dia de outono. A originalidade e o sabor da história provêm aqui da reação dos habitantes: eles se comportam como nada de extraordinário tivesse acontecido, como se fosse necessário apenas se desfazer desse pequeno inconveniente.
Em A sombra de uma dúvida, tio Charlie, personagem central do filme, é um assassino patológico que vai passar um tempo na casa de sua irmã no interior de uma cidade sem história. Toda a família se alegra com sua visita e o considera um simpático benfeitor. Apenas sua sobrinha Charlie, aquela que “vê demais”, “sabe demais”, desconfia dele; ela percebe que ele é precisamente a mancha, o desmancha-prazeres perverso. De onde lhe vem essa convicção? Ela leva o mesmo nome que o Tio Charlie, ele é seu alter ego, a outra face dela mesma, a parte recalcada de seu personagem.
Enfim, em Os pássaros, o elemento antinatural que perturba o quotidiano pacífico provém da própria natureza – são as aves.

* Rope (1948). Em um apartamento nova-iorquino dois jovens homossexuais estrangulam seu colega de faculdade e escondem seu cadáver em um baú, alguns minutos antes de um coquetel para o qual eles convidaram os próprios pais do morto e sua ex-noiva, bem como seu antigo professor da universidade. Para merecerem, acreditam eles, sua admiração, eles pouco a pouco se traem. No fim da reunião, o professor será levado a entregar seus dois antigos alunos à polícia.

[1] (N. do T.) Montagem proibida. Referência ao artigo “Montage interdit”,Qu’est-ce que le cinemá? I. Ontologie et langage. Paris, Éditions du Cerf, 1958.

Fonte: ŽIŽEK, Slavoj. “La Corde: um Witz pour Le professeur” IN: DOLAR, Mladen, MOCNIK, Rastko, SUMIC-RIHA, Jelica, VRDLOUEC, Zdenko. Sous la direction de ŽIŽEK, Slavoj. Tout ce que vous avez toujours voulu savoir sur Lacan sans jamais oser le demander à Hitchcock. Narvin Éditeur, Paris, 1988.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Video: "A realidade do Virtual"


De Papai Noel à Democrácia, Zizek realiza nesta leitura exclusivamente para filmagem, uma série de reflexões. O video foi realizado em 11 de dezembro de 2003, em Londres. Está dividido em 7 partes, que se sucedem automaticamente.
Fonte: http://mariborchan.com/



Partes: 7
Ano: 2003
Audio: Inglês
Legendas: Não

Livro: "Lacrimae Rerum"





Lacrimae Rerum reúne um conjunto de ensaios de Slavoj Žižek sobre o cinema moderno, propondo um estudo aprofundado sobre as motivações de diretores renomados internacionalmente como Krzysztof Kieślowski, Alfred Hitchcock, Andrei Tarkovski e David Lynch, até do sucesso de bilheteria hollywodiano Matrix.

Zizek mostra imagens que são tão familiares quanto fabricadas, evidenciando como as histórias, mesmo que críticas, nos fornecem um panorama estático da realidade. São feitas de denúncias cínicas de mazelas, contra-balanceadas por uma crença irracional na ‘essência da situação’, de modo que a ficção concede legitimidade ideológica ao real. 

Segundo o autor, em prefácio para a edição brasileira, “embora totalmente desiludidos, tais personagens são daqui e aqui devem ficar, esse sofrimento é seu mundo, eles lutam para encontrar um sentido na vida dentro dessas coordenadas, e não para ir à luta recorrendo a meio radical qualquer”. 

Já nas palavras de Sérgio Rizzo, que assina a orelha da obra, “a erudição de Slavoj Zizek não caminha apenas sobre as pedras da filosofia, da psicanálise e da cultura erudita, mas também, e com idêntica desenvoltura, sobre o universo fabular para consumo de massas criado pela indústria do entretenimento, com destaque para a hollywoodiana”.


Título: Lacrimae rerum
Título Original: Lacrimae rerum
Subtítulo: ensaios sobre cinema moderno
Autor(a): Slavoj Zizek
Páginas: 182
Ano de publicação: 2009
ISBN: 978-85-7559-134-5

Fonte: Boitempo Editorial

Você pode procurar este livro em sebos na internet: Estante Virtual


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Livro: "A visão em paralaxe"



Paralaxe – 1. deslocamento aparente de um objeto quando se muda o ponto de observação (Houaiss)

A visão em Paralaxe é o mais rico trabalho teórico do filósofo esloveno Slavoj Žižek, classificado pelo próprio autor como sua obra-prima. A partir da noção de paralaxe - um efeito de aparente deslocamento do objeto observado devido à modificação na posição do observador-, Žižek desenvolve três campos de reflexão que se articulam.

Na filosofia, Žižek faz um apanhado teórico de seus livros anteriores, relacionando conceitos de Lacan, Hegel e Marx. No campo da ciência, o esloveno enfatiza questões levantadas pela neurologia e as ciências cognitivas, além de aprofundar suas reflexões sobre a estrutura do sujeito a partir de seus estudos de psicanálise. E em relação à política, Žižek desenvolve a idéia de que o reconhecimento de antagonismos na ordem social constitui tarefa maior de nossos tempos.

Um dos objetivos do livro é empreender uma reabilitação do materialismo dialético. Žižek entende a crise do marxismo não só como resultado das derrotas sociopolíticas sofridas por seus movimentos, mas também pelo declínio do materialismo dialético como base filosófica. Nesse sentido, sua obra oferece um quadro amplo dos debates acadêmicos sobre os rumos de uma nova esquerda, dialogando com autores como Giorgio Agamben, Toni Negri, Michael Hardt, Ernesto Laclau, e não se furtando a abordar questões complexas como o anti-semitismo e o fundamentalismo.

Análises filosóficas são entremeadas por leituras detalhadas sobre literatura, cinema e música, não deixando de lado o talento de Žižek para a crítica da cultura. Produtos da cultura pop como Guerra nas estrelas, o filme infantil Procurando Nemo, entre outros, são observados por ângulos diversos – paralaxe – e relacionados aos mais complexos fenômenos de maneira no mínimo original.

A visão em paralaxe, terceiro livro de Slavoj Žižek publicado pela Boitempo Editorial, não só expande a aproximação Lacaniana-Hegeliana do filósofo para novos domínios, como também provê a sistemática exposição da estrutura conceitual que sustenta seu trabalho. Orelha de Christian Dunker.

Trechos de A visão em paralaxe
“A aposta deste livro é que, longe de constituir um obstáculo irredutível para a dialética, a noção de lacuna paraláctica é a chave que nos permite discernir seu núcleo subversivo. Teorizar adequadamente essa lacuna paraláctica é o primeiro passo necessário para a reabilitação da filosofia do materialismodialético. Aqui enfrentamos um paradoxo básico: enquanto muitas ciências de hoje praticam espontaneamente a dialética materialista, em termos filosóficos elas oscilam entre o materialismo mecânico e o obscurantismo idealista.”

“É essa lacuna paraláctica que também explica as duas dimensões irredutíveis da modernidade: a “política” é a lógica da dominação, do controle regulador (“biopolítica”, “mundo administrado”); a “econômica” é a lógica da integração incessante do excedente, da “desterritorialização” constante. A resistência à dominação política refere-se ao elemento “supranumerário”, que não pode ser explicado nos termos da ordem política; mas como formular a resistência à lógica econômica da reprodução-pelo-excesso? (Não podemos esquecer que esse excesso é estritamente correlato ao próprio excesso de poder além de sua função representativa “oficial”.) O sonho da esquerda durante todo o século XX era: por meio da subordinação do econômico ao político (o controle estatal do processo de produção). Em suas obras mais recentes, Hardt e Negri parecem sucumbir à tentação oposta, transferindo o foco para a luta econômica em que se pode confiar no Estado.”

“Há um belo detalhe hitchcockiano em Procurando Nemo: quando a filha monstruosa do dentista entra no consultório do pai, onde está o aquário, a música de fundo é a da cena do assassinato em Psicose. O vínculo é mais refinado do que a idéia de que a garota é o flagelo dos pequenos animais indefesos: no fim da cena, Nemo escapa quando é jogado pelo ralo da pia – essa é a sua passagem do mundo dos seres humanos para o seu próprio mundo-vida (ele acaba no mar, perto do consultório do dentista, e reencontra o pai), e todos sabemos da importância da cena do buraco por onde escorre a água em Psicose (a fusão da imagem da água escoando pelo ralo com o olho morto de Marion etc.). O ralo da pia, portanto, serve de passagem secreta entre dois universos totalmente disparatados, o dos homens e o dos peixes – esse é o verdadeiro multiculturalismo, o reconhecimento de que a única maneira de passar para o mundo do Outro é através do que, em nosso mundo, parece ser a saída da merda, o buraco que leva a um território obscuro, excluído da realidade cotidiana, onde o excremento desaparece. A disparidade radical dos dois mundos pode ser notada numa série de detalhes, por exemplo: quando o pai-dentista pega o pequeno Nemo com a rede e acha que o salvou de uma morte certa, sem perceber que aquilo que apavorou Nemo a ponto de quase matá-lo foi a sua presença... Entretanto, o que está em jogo na idéia de Verdade é que esse vínculo inominável e obsceno, esse canal secreto entre mundos não basta: há uma Verdade “universal” genuína que atravessa a miríade de mundos.”

Título: A visão em paralaxe
Título Original: The Paralaxe View
Autor(a): Slavoj Zizek
Tradutor(a): Beatriz Medina
Páginas: 512
Ano de publicação: 2008
ISBN: 978-85-7559-124-6

Fonte: Boitempo Editorial

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Livro: "Bem-vindo ao deserto do Real!"



Bem-vindo ao deserto do real! é uma coletânea de cinco ensaios de Slavoj Žižek, onde o autor aborda os acontecimentos de 11 de Setembro e suas conseqüências. 

O filósofo esloveno firmou-se como um importante interlocutor nos debates sobre o destino do pensamento político de esquerda, ao mesmo tempo em que se transformou em figura de destaque dos cultural studies norte-americanos, ao fornecer uma outra via de abordagem da cultura contemporânea. 

Em Bem- vindo ao deserto do real!, Slavoj Žižek usa a provocativa frase "Com essa esquerda, quem precisa de direita?" para comentar a atuação da esquerda no período posterior aos atentados de 2001. Atuação essa que permitiu que a ideologia hegemônica se apropriasse da tragédia e impusesse sua mensagem de que é preciso escolher um lado na "guerra contra o terrorismo". 

Para o autor, a tentação de escolher um dos lados deve ser evitada. Segundo Žižek, quando as escolhas parecem muito claras, a ideologia se encontra em seu estado mais puro, obscurecendo as verdadeiras opções. A "democracia liberal" não é a alternativa ao "fundamentalismo" muçulmano, coloca. 

Publicado pela Boitempo dentro da coleção Estado de Sítio, Bem-vindo ao deserto do Real! não é apenas mais um livro sobre os desafios políticos impostos pelo 11 de Setembro. Movendo-se no interior de um terreno para onde convergem a crítica da cultura, a psicanálise, a teoria social, a análise cinematográfica e a política, Žižek sabe diagnosticar os sintomas da sociabilidade contemporânea e desvendar articulações onde menos se espera. 

Suas conclusões ultrapassam a análise circunstancial de um fato e levam o leitor ao cerne dos impasses do nosso tempo. Um tempo em que a busca pela realidade objetiva que há por trás das aparências é falsa, funcionando como "o estratagema definitivo para evitar o confronto com o Real". 

Sobre a Coleção Estado de Sítio
Coordenação de Paulo Arantes
Sob a inspiração de Walter Benjamin - "A tradição dos oprimidos nos ensina que o `estado de exceção` em que vivemos é na verdade a regra geral. Precisamos construir um conceito de história que corresponda a essa verdade" -, a coleção trata de temas centrais do nosso tempo: crescente autoritarismo do Estado, terrorismo, fundamentalismo e império, relações da televisão e do cinema com o poder e a guerra e conflitos globais.



Título: Bem-vindo ao deserto do Real!
Título Original: Welcome to the desert of the real!: five essays on September 11 and related dates
Subtítulo: cinco ensaios sobre o 11 de Setembro e datas relacionadas
Autor(a): Slavoj Zizek
Posfácio: Vladimir Safatle
Tradutor(a): Paulo Cezar Castanheira
Páginas: 192
Ano de publicação: 2003
ISBN: 85-7559-035-9

Fonte: Boitempo Editorial


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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Livro: "Às portas da revolução"






Vladimir Ilianov Lenin, numa hora dessas? Lenin, quando a revolução – dizem – é coisa do passado? Lenin, quando o socialismo – dizem – acabou?

Slavoj Žižek nos surpreende uma vez mais, rompendo a “solidão de Lenin”, que havia sido responsabilizado por tudo o que passou depois na URSS, desqualificado como líder e teórico do totalitarismo, reduzido à solidão. Prematuramente, segundo o pensador esloveno.

Žižek se contrapõe ao consenso liberal – tão presente dentro da própria esquerda –, para resgatar o Lenin estrategista, que vai desde a oposição pacifista à guerra interimperialista de 1914 até o dirigente da virada revolucionária de 1917 – ‘o Lênin do qual ainda temos que aprender’, escreve ele.

Aprender com o dirigente revolucionário que soube resistir ao consenso belicista que se havia imposto até à esquerda, que foi capaz de prever como as situações catastróficas preparam as condições de uma contra-ofensiva revolucionária e conseguiu promover as condições para que o desenvolvimento desigual e combinado do capitalismo fosse rompido no seu elo mais fraco – a Rússia. Que soube, conforme a percepção de Marx, descobrir o aspecto revolucionário na miséria do povo.

Žižek retoma o fio da meada da aventura revolucionária dos bolcheviques, sob a direção de Lenin, com textos daquele período ‘em que o extraordinário se torna cotidiano’, e com reflexões que adentram nas várias dimensões do processo revolucionário. Quando existe a tentação de descartar a luta pelo poder e a construção do poder popular alternativo, como se magicamente se pudesse abolir o poder – e, com ele, o imperialismo –, o Lenin estrategista reaparece nesta seleção de textos com toda a sua genialidade.

Ler Žižek e reler Lenin em um tempo como este surpreende pela riqueza a que uma leitura contemporânea pode nos permitir, para captar como os movimentos históricos podem ser revertidos e como a história é uma permanente aventura de liberdade e de utopias para a humanidade. Porque Lenin soube articular o realismo com a utopia: ‘É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho. De observar com atenção a vida real, de confrontar a observação com nosso sonho, de realizar escrupulosamente nossas fantasias. Sonhos, acredite neles’ (Lênin, em Que fazer?)

E por isso se tornou um dirigente e teórico revolucionário.
Emir Sader




Título: Às portas da revolução
Título Original: Revolution at the gates: selected writings of Lenin from 1917
Subtítulo: escritos de Lenin de 1917
Autor(a): Slavoj Zizek (org.)
Tradutor(a): Luiz Bernardo Pericás, Fabricio Rigout e Daniela Jinkings
Páginas: 352
Ano de publicação: 2005
ISBN: 85-7559-060-X

Fonte: Boitempo Editorial



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"Pós-Muro" - Slavoj Zizek

De Slavoj Zizek, para a 40ª edição da Revista Piauí

Vinte anos depois da queda do Muro de Berlim, é comum ouvir que os acontecimentos daquela época foram milagrosos, um sonho realizado, algo que ninguém teria imaginado mesmo poucos meses antes. Eleições livres na Polônia e Lech Walesa como presidente: quem poderia prever? Mas um milagre ainda maior ocorreu poucos anos depois: as eleições livres e democráticas devolveram os ex-comunistas ao poder, Walesa foi marginalizado e tornou-se menos popular que o próprio general Jaruzelski. 

Em geral, essa reversão é explicada pelas expectativas "imaturas" do povo, que simplesmente não tinha uma ideia realista do capitalismo: eles queriam se apoderar do bolo e comê-lo, queriam as liberdades democráticas e abundância material sem ter que se adaptar a uma "sociedade de risco" - por exemplo, sem perder a segurança e a estabilidade (mais ou menos) garantidas pelos regimes comunistas.

Quando a névoa sublime da Revolução de Veludo foi dispersa pela nova realidade democrática e capitalista, as pessoas reagiram de três formas: algumas tiveram saudades dos "bons e velhos tempos" do comunismo, outras abraçaram o populismo nacionalista de direita, e houve ainda as que manifestaram uma espécie de paranoia anticomunista retardada.

As duas primeiras reações são fáceis de compreender, e até se sobrepõem com relativa frequência, tal como na Rússia atual. Os mesmos direitistas que, décadas atrás, gritavam "Antes morto do que comunista" [Better dead than red] agora resmungam "Antes comunista do que comer hambúrgueres". A nostalgia pelo comunismo não deve ser levada muito a sério: longe de expressar um desejo verdadeiro de retornar à cinzenta realidade socialista, é uma espécie de luto, um jeito de se livrar delicadamente do passado. E o populismo nacionalista, longe de ser exclusivo ao Leste Europeu, é uma característica de todos os países apanhados no vórtice da globalização. 

Muito mais interessante é a recente ressurreição do anticomunismo por toda parte, da Hungria à Eslovênia. Em outubro de 2006, uma onda de protestos contra o Partido Socialista no poder paralisou a Hungria por semanas. Os manifestantes culpavam os sucessores dos comunistas pela crise econômica no país. Eles negavam legitimidade ao governo que, no entanto, foi eleito democraticamente, e, quando a polícia era usada para restaurar o mínimo de ordem civil, faziam comparações com o Exército soviético que esmagou a revolução de 1956.

Em resumo, diziam que a Revolução de Veludo de 1989 precisava se repetir, já que, por trás da falsa aparência de democracia, nada mudara de verdade, pois as mesmas forças do mal davam as cartas no poder. Em dezembro de 2006, a Polônia endureceu a lei que proibia ex-colaboradores da polícia secreta comunista e pessoas ligadas ao velho regime de assumirem cargos públicos. 

Outro aspecto do mesmo processo foi a reabilitação, nos países bálticos e na Eslováquia, dos colaboradores nazistas, transformados em "combatentes anticomunistas". Sua colaboração, e mesmo a participação em massacres de judeus, foi considerada necessária na luta patriótica contra o comunismo. Era um mal menor. Na Revolução de Veludo ucraniana, que levou Viktor Yushchenko ao poder, cantavam-se as mesmas músicas entoadas pelos colaboradores nacionalistas que apoiaram a ocupação alemã.

Não é de se espantar que, pressionado por certos países pós-comunistas, o Parlamento Europeu tenha aprovado uma resolução que equipara o comunismo ao nazismo. E não é de se espantar que, na Eslovênia, a direita populista reprove a esquerda por ser uma "força de continuidade" do velho regime comunista. Novos problemas e desafios são julgados com base em velhos conflitos, e a luta pelos direitos dos gays é soturnamente interpretada como parte de um complô comunista para desmoralizar a nação.

Como e por que esses fantasmas reaparecem em nações onde a maioria dos jovens nem sequer se lembra do comunismo? Os anticomunistas fazem uma pergunta simples - "Se o capitalismo é tão melhor que o socialismo, por que nossas vidas continuam miseráveis?" - e a respondem de maneira direta: é porque ainda não chegamos ao capitalismo, não temos uma verdadeira democracia. Os ex-comunistas ainda estão no poder, disfarçados de proprietários e dirigentes. Precisamos de outro expurgo, a revolução tem que se repetir. É evidente a semelhança que há entre esse discurso e o velho costume comunista de atribuir seus fracassos à perpétua influência das "forças do passado". 

Essa nova geração de anticomunistas tem uma imagem da sociedade que é assustadoramente parecida com a imagem do capitalismo alimentada pelos esquerdistas: uma sociedade na qual a democracia formal é uma máscara que esconde a dominação por uma minoria rica. Em outras palavras, os anticomunistas não percebem que aquilo que eles chamam de pseudo-capitalismo pervertido é simplesmente o capitalismo.

Pode-se dizer que, após o colapso dos regimes comunistas, seus antigos partidários, desiludidos, estavam mais preparados para gerir a nova economia capitalista do que os dissidentes do populismo. Enquanto os heróis das manifestações anticomunistas continuaram a acalentar o sonho de uma nova sociedade baseada em justiça, honestidade e solidariedade, os ex-comunistas se acomodaram sem dificuldades às novas regras capitalistas. Paradoxalmente, na nova situação pós-comunista, os anticomunistas insistiram no sonho utópico de uma democracia verdadeira, ao passo que os ex-comunistas aceitaram o mundo cruel da eficiência de mercado, com toda a sua corrupção e truques sujos.

Será que o realismo capitalista é a única resposta para a utopia socialista? O que se seguiu à queda do Muro foi mesmo a era da maturidade capitalista, o abandono de todas as utopias? Será que essa época também não teve uma utopia própria? Novembro de 1989 marcou o início dos "felizes anos 90", o utópico "fim da história" de Francis Fukuyama. Ele anunciou que a democracia liberal havia vencido, que o advento de uma comunidade mundial global e liberal estava por acontecer, e que os obstáculos que se interpunham a esse final feliz eram apenas contingentes (bolsões de resistência onde os dirigentes locais ainda não enxergavam que a hora deles havia acabado).

Em contrapartida, o 11 de Setembro marcou o fim simbólico dos "felizes anos 90". Assinalou o começo de nossa era atual, em que novos muros estão se erguendo por toda parte, entre Israel e a Cisjordânia, em torno da União Europeia, na fronteira dos Estados Unidos com o México - mas também dentro dos próprios países.
Parece que a utopia dos anos 90 de Fukuyama teve que morrer duas vezes: o colapso da utopia política liberal-democrática do 11 de Setembro não afetou a utopia econômica do capitalismo de mercados globais, mas a crise financeira de 2008 certamente o fez. Nos anos 90, acreditava-se que a humanidade havia finalmente encontrado a fórmula para uma perfeita ordem socioeconômica.

A experiência das últimas décadas mostrou claramente que o mercado não é um mecanismo benigno, que funciona melhor quando deixado por sua conta. É preciso violência para criar as condições necessárias a seu funcionamento. A forma com que os fundamentalistas de mercado reagem à desordem que se sucede quando suas ideias são aplicadas é típica dos "totalitaristas" utópicos: eles culpam o fracasso em fazer concessões - ainda há muita intervenção estatal - e exigem uma aplicação ainda mais radical da doutrina de mercado.

Observamos hoje a explosão do capitalismo na China e nos perguntamos quando o país se tornará uma democracia. Mas e se isso nunca acontecer? E se o seu capitalismo autoritário não for apenas a repetição do processo de acumulação capitalista que, na Europa, vigorou do século XVI ao XVIII, mas um sinal do que está por vir? E se a "malévola combinação do chicote asiático com o mercado de ações europeu" (como Trotsky caracterizava a Rússia czarista) provar-se mais eficiente economicamente do que o capitalismo liberal? E se ficar claro que a democracia, tal como nós a entendemos, não é mais a condição e o motor do desenvolvimento econômico, mas um obstáculo? 

Se for esse o caso, talvez a decepção pós-comunista não deva ser descartada como sinal de expectativas "imaturas". Nos protestos contra os regimes comunistas no Leste Europeu, as pessoas, em sua maioria, não pediam o capitalismo. Queriam solidariedade e um tipo bruto de justiça, queriam liberdade para viver suas vidas fora do controle estatal, queriam se reunir e falar do jeito que bem entendessem, queriam se libertar da doutrinação ideológica primitiva e da hipocrisia. Aspiravam a algo que podia ser melhor descrito como um "socialismo com face humana". Talvez essa opinião mereça uma segunda chance.


sábado, 6 de fevereiro de 2010

Sobre Zizek: "Zizek e a China"

Filósofo esloveno diz que o maoísmo criou as condições para o capitalismo autoritário

O novo livro do filósofo e crítico cultural esloveno Slavoj Zizek, First as Tragedy, then as Farce (Verso, 2009, 157 páginas) – ou Primeiro como Tragédia, depois como Farsa –, traz um conjunto de ideias que valem uma reflexão. Entre elas, a mais polêmica é a que formula a hipótese de que estaríamos assistindo à consolidação de uma nova etapa na evolução do sistema capitalista, na qual os laços entre democracia e livre mercado (mesmo sujeitos a lapsos ditatoriais) seriam definitivamente rompidos e a face autoritária do capitalismo abertamente revelada. De acordo com Slavoj Zizek, esse capitalismo autoritário, que encontra na China o seu maior expoente, seria herdeiro da mão de ferro de antigos governos asiáticos totalitários, fossem eles comunistas ou monárquicos, os quais, a partir da emergência dos chamados Tigres Asiáticos (Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan), na década de 1990, se mesclaram com o modo de produção que se consagrou vitorioso no Ocidente no último século.

A China parece ter aprendido a lição dos grandes felinos. Tomemos Cingapura como exemplo e veremos que a expressão “capitalismo de valores asiáticos” foi cunhada pelo líder que praticamente reinventou aquele país, Lee Quan Yew. Antes de colocar em prática as reformas que frutificam até os dias de hoje, Deng Xiaoping elogiou o crescimento de Cingapura, afirmando que esse seria um modelo para a China naqueles tempos em que todos os partidos comunistas do mundo entravam em um processo de luto pela ideologia perdida com o fim da União Soviética. A partir do modelo de Cingapura, a China encontrou a sua versão do capitalismo autoritário, uma que não exigia grandes mudanças políticas, com estados altamente centralizados e ditatoriais, que controlam a liberdade de expressão e utilizam de forma quase sumária a pena capital.

De acordo com Slavoj Zizek, seriam ingênuos aqueles que acham que o legado da Revolução Cultural Chinesa poderia promover minimamente uma contenção dos excessos do capitalismo. A suprema ironia é que, segundo esse autor, foi justamente o maoísmo que criou as condições para a explosão capitalista da moderna China. A Revolução Cultural, que objetivou o desmoronamento de tradições e introduziu o comunismo naquele país, paradoxalmente, também criou as condições ideológicas para o seu atual desenvolvimento capitalista, reforçando o que Marx afirmava em relação ao colonialismo europeu no sentido de que esse, minando as bases agrárias e tradicionais dos povos colonizados, instituiria a luta de classes e, subsequentemente, o socialismo.

Apesar de polêmica, essa afirmação é coerente com o pensamento de Marx quando fez o elogio da dominação britânica na Índia, escrevendo que a Grã-Bretanha deveria cumprir no subcontinente indiano uma dupla missão – uma destrutiva, outra regeneradora, ou seja, a aniquilação da velha sociedade asiática e o estabelecimento dos fundamentos da sociedade ocidental na Ásia. Para Marx, as idílicas aldeias que existiam antes da dominação britânica eram também vítimas do despotismo oriental, da ignorância e da alienação religiosa, e a situação colonial, por pior que fosse, ajudaria esses povos em sua evolução.

Slavoj Zizek lembra igualmente que, em O 18 Brumário de Luís Bonaparte, Marx cita Hegel quando o filósofo alemão afirma que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E acrescenta a sua famosa frase: “A primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”. Herbert Marcuse completa que a repetição de um evento como farsa pode ser ainda mais terrível do que a tragédia original. Dentro dessa lógica, não podemos entender a atual situação chinesa como uma farsa das etapas iniciais e trágicas da revolução industrial, mas sim como a instauradora de uma nova ordem que se alastra para outros países, sendo a Rússia de Putin e a Itália de Berlusconi seus exemplos mais marcantes.

Posto isso, não é de se espantar que o país se torne um ícone tanto para os neoliberais quanto para alguns membros do campo das esquerdas. Em relação a esses últimos, a associação frequente da China como uma possível alternativa à hegemonia americana supõe, imaginariamente, algo que ela não é, a não ser que seja para tornar o modelo ainda pior. Francis Fukuyama nos fala de um suposto “consenso de Pequim”, o qual substituiria o conhecido “consenso de Washington”, lançando novas regras e diretrizes para o capitalismo global, no qual seria possível fazer negócios e ganhar dinheiro sem dar importância à democracia e aos direitos humanos. Fukuyama não acredita que esse modelo capitalista autoritário irá substituir o modelo democrático liberal pelo fato de sua eficiência estar restrita a uma estrutura asiática que pressupõe um conjunto de valores culturais específicos. Não obstante, Fukuyama concorda com o editor do semanário internacional Newsweek, Fareed Zakaria, quando este identifica a emergência do modelo chinês como representativo do mundo que ele chamou de “pós-americano”.

Alguns farão a ressalva de que as democracias liberais seriam efetivamente apenas uma máscara suave que outorgaria ao cidadão uma liberdade imaginária. Slavoj Zizek não se furta a criticar de forma contundente nossas supostas “liberdades de escolha”, argumentando que essas existem apenas para legitimar aquilo que o sistema já previamente escolheu, tais como a opção entre Pepsi ou Coca-Cola ou entre um candidato à presidência e outro. Entretanto, existe uma diferença marcante com relação à China: o prescindir de disfarces e o escancarar do autoritarismo como um dispositivo legal e estatal. A necessidade de reconhecer (e discutir) a magnitude de tal diferenciação reside no poder de atração ideológica (com desdobramentos políticos, econômicos e militares) que esse país possui, fruto de seu espetacular desenvolvimento econômico, o que pode representar um perigoso precedente à refração de conquistas sociais duramente conquistadas ao longo do século 20.


POR CLÁUDIO CÉSAR DUTRA DE SOUZA 
Mestrando em Sociologia pela Universidade de Paris

Artigo publicado no meio de comunicação mais conservador de Santa Catarina

Fonte: http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2800782.xml&template=3898.dwt&edition=14062&section=1323

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Video: "Materialismo e Teologia"


"Materialism and Theology"
Aula aberta de Slavoj Zizek na European Graduate School EGS, Media and Communication Studies department program.

Partes: 8
Ano: 2007
Audio: Inglês
Legendas: Não

Fonte: http://www.egs.edu 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Slavoj Žižek - Democracy Now! (2009)


Entrevista para o programa "Democracy Now"
15 de Outubro de 2009

Partes: 2
Ano: 2009
Audio: Inglês
Legendas: Não

Fonte: Mariborchan.com